quarta-feira, julho 04, 2007


AB612


Asteróide B612 é uma banda que faz um som interessantíssimo, pelo fato da mistura de rítmos, da psicodelia, histórias pra contar em suas letras e um vocal que não enjoa. Agora eles estão com um novo EP que leva o nome de: " Rua da Aurora Boreal", que por sinal está com um visual que traduz toda a alma do EP.
Conversei com Zeca Viana, Vocalista e guitarrista da banda sobre o EP e sua divulgação. Não deixem de ler sobre a New-UdiGrudi-Rock.

Haaa. E assim como carnaval, que quando acaba você já espera pelo próximoano,é o EP da ab612, já quero ouvir o próximo.


1. Como foi criar e gravar o EP - "Rua da Aurora Boreal" ?
Pensamos em fazer algo como o EP anterior, uma história contada em 4 músicas . Com uma temática lúdica, personagens malucos. Então, fomos para o estúdio, gravamos mas não ficamos 100% satisfeitos. Por sorte nossa o HD do estúdio pifou. Perdemos tudo e o dono do estúdio nos deu o dobro do tempo para gravar tudo de novo. Foi ótimo, lembro que a gente ficava pensando: O que a gente grava agora? Que tal umas tubadoras e um pajé falando mandingas! Você pode conferir a tribo FUMATOCO no final da música Laser Bill. A mixagem eu fiz em casa mesmo. Esse é o mesmo estúdio que a gente gravou o primeiro EP "A Incrível História de John Tristonho ou O Fantasma Elétrico", o cara lá é muito bom, meu chará, Júnior Viana.

2. No release de vocês vi que falam de artistas como Marconi Notaro, Lula Côrtes e Ave Sangria. Seria esse movimento "udigrudi" a maior fonte de inspiração?
Esses caras são geniais. Se hoje a gente acha difícil fazer rock em Recife, imagina na década de 70? São heróis, e é isso que inspira a fazer música pela música. Na procura pela sua originalidade, você tem que fugir do "lugar comum", desses padrões estéticos pré-estabelecidos e buscar abrigo dentro da sua intuição criativa. Nossa amiga em comum, Concinha, era vizinha de Marconi Notaro:

"- Toda vez que eu e minha mãe descíamos e ficávamos no hall do prédio conversando, ele aparecia na janela e gritava pra gente: 'minha gente, vão ler!'E começava a sacudir livros pela janela!"


3. De quem é a arte que estampa o EP?
Os desenhos foram feitos por mim mesmo. Gostamos de mexer nessa parte gráfica. Eu tinha tido essa idéia há algum tempo, de ter esses personagens como capa de algum disco. Eu já tinha esboçado uma capa para o Volver, aí quando tivemos essa idéia do EP tudo se encaixou tão bem que em uma semana tinhamos tudo pronto. A gente fez alguns adesivos também que estamos distribuindo em shows.

4. Como vocês classificariam, em termos musicais, esse som bacana que a ab612 faz?
Geralmente é difícil classificar um trabalho no qual você está completamente envolvido sem ser altamente tendêncioso ou pretencioso. Mas, poderia dizer que fazemos nosso som com sinceridade, buscando nossa realização pessoal. Acho que participar de uma banda de rock, além de diversão, é uma terapia. Mas pra não correr da pergunta, vou criar uma definição, podia ser... New-Udigrudi-Rock!

5. Vocês tocavam (ou tocam) em outras bandas? Fale um pouco sobre essas bandas e como começou realmente a ab612?
Além de tocar guitarra e cantar no Asteróide B-612, faz um ano e meio que toco bateria no Volver. Comecei tocando bateria no Zero Kelvin, em 1997, por aí. Nessa época conheci muita gente. Cheguei a tocar na Soparia ainda. Lembro de Pompi (Carfax), na época ele tocava no Reumáticos. Tinham várias bandas legais, Mamutes do Asfalto, Umbigo de Adão, River Raid. Depois toquei bateria na formação original do Rádio de Outono, foi até eu que dei a idéia desse nome, que era uma música de Mathias (tecladista). Lembro de Bárbara, ainda começando a cantar. Gosto muito do som deles. Fui até roadie do Textículos de Mary em alguns shows, PE no Rock, Festival de Inverno. Infelizmente a banda acabou. Já Petrus foi baterista do Tempo Nublado, tocava com a Roxxy (Kooky and Roxxy), tocou no primeiro Abril Pro Rock, chegaram a gravar um disco (vinil na época). O som era muito legal, lembrava Sugar Cubes. Isso em 1993, não tinham muitas bandas de rock alternativo na cidade. Lembro de ve-los tocar no Ver de Novo Verão. Faz tempo. Hoje Petrus toca paralelamente na banda Os Carbonos, fazendo covers da Jovem Guarda. Muito boa a banda. David tocava baixo no Dr. Urtigão, depois tocou no Zé Lamúria. Conheci David no ginásio ainda, Marcionílio (Canivetes) também, éramos da mesma sala. Inclusive o primeiro show do Zero Kelvin foi com o Dr. Urtigão. E Mathias, antes de tocar teclado no Asteróide B-612, já tinha tocado comigo no Nebulosa. Ele cantava, eu tocava bateria, Gil (Insites) tocava guitarra e Jones tocava baixo. A banda surgiu de uma grande Jam Session (rsrs).

6. Como está a agenda e planos para a divulgação do novo trabalho?
Estamos com o show de lançamento marcado para essa Sexta-Feira (6/07), às 17h no projeto Estação Arte do Metrô. Fica na Estação Recife. E no mês que vem vamos tocar no Festival de Inverno de Garanhuns. Fiquei muito feliz com a programação desse ano, muitas bandas legais. Monodecks, Os Insites, Vamoz!, a lenda Almir de Oliveira, o novo projeto de Ju Orange também, que se chama Electrozion (rsrs), que é muito legal, e estamos principalmente divulgando pela internet. Temos uma comunidade do Orkut onde sempre atualizamos as novidades e contamos com o apoio da moçada do Recife Rock, Coquetel Molotov, Pop Up, e aqui também no Pop Laranja.

7. E a receptividade em relação ao EP?
O EP está sendo muito bem recebido. Acho que as pessoas em Recife estão começando a abrir os ouvidos para o som que a gente faz. Começando a entender mais. Eu sei que escolhemos trilhar um caminho musical mais difícil, experimental, mas é como Virgílio falava para Dante na Divina Comédia: "Terás que percorrer todo o inferno antes de ter acesso ao paraíso". Aos poucos estamos conquistando o nosso público, e não temos pressa nenhuma. Queremos fazer nosso som para aquelas pessoas que buscam a transcendência artística e não o "lugar comum".

8. Muitas bandas hoje em dia deixam suas cidades para morar em São Paulo em procura de maior visibilidade para a banda. O que pensam sobre isso? Acham que vale a pena?
Isso depende do que a banda quer alcançar. São Paulo ainda concentra o maior potêncial midiático do Brasil, além de ser geograficamente mais viável para uma turnê. Lá existem vários lugares bacanas para tocar, pessoas para conhecer, cidades do interior para ir, além de programas de rádio e TV. Estive lá recentemente, vi alguns shows legais como Los Porongas e Las Dirces. O bacana de São Paulo é a estrutura oferecida para as bandas, muito diferente da que temos aqui. Aqui temos vários festivais, mas a banda acaba tocando no Abril Pro Rock e na semana seguinte volta a tocar na calçada de algum bar. Claro que acho válido fazer um show numa calçada, mas seria melhor fazer num local fechado, com um som legal, uma graninha de cachê, uma divulgação por conta da casa. Lá rola isso: um acordo entre a casa e o artista. Mas um dia a gente chega lá. Aqui já tivemos várias experiências ruins com bares. Já rolou o absurdo de tocarmos em um bar bem badalado daqui e o garçom chegar no meu ouvido e dizer: vocês tem que tocar mais baixo, as pessoas nas mesas tem que puder conversar. E olha que eu não uso pedal de distorção.

9. Pra vocês, hoje em dia qual a banda mais legal? Porque?
Estou escutando muito The Good, The Bad and The Queen, achei o disco muito bom. Mathias ganhou o "Neon Bible" do Arcade Fire que é muito legal, o "Funeral" também é muito bom. Petrus gosta muito da cena Manchester e britpop também, Happy Mondays, The Charlatans, The Stone Roses e tá entrando de cabeça na Jovem Guarda por conta do projeto Os Carbonos. Agora tem dois caras que eu recomendo, escuto todo dia: Guilherme Lamounier e Ronnie Von. Agora vá com calma na viagem por que você pode não voltar.

10. Pra finalizar, deixa teu recado pra quem lê o PopLaranja.
Não usem drogas e viva o Arnaldo Baptista!


asteróide é:
Petrus - Bateria :::
David - Baixo :::
Mathias - Teclado/Voz :::
Zeca - Guitarra/Voz :::

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poplaranja - 5:43 da manhã
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2 comentários

POPLARANJA É?
Juliana Orange. Estudante de música da UFPE. Toca nas bandas AMPSLINA e VOYEUR. Gosta de escrever sobre música e bandas e tirar fotos de shows.

Onde? Recife - PE


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